Hoje é dia móbil off

No blog e ao vivo são as únicas formas de comunicar comigo, hoje.
Desliguei-me.
Ainda que melhor que ontem, os 'socos' no estômago ainda se fazem sentir e com eles um mau-estar generalizado. Senti-me melhor assim que me 'desliguei'. A ansiedade do silêncio estava a comer-me viva e assim, prefiro um silêncio que é provocado por mim, que sei porque existe, de que um silêncio que não controlo.
Eu sei, sou esquisita, mas foram as armas que, aos poucos, fui descobrindo para proteger-me, proteger a minha saúde mental. 
Para a maioria da população viver com o telemóvel desligado deve soar a completa loucura mas eu consigo, melhor, eu acho o máximo conseguir pois não preciso dele, não nasci com ele, vivi imensos anos sem ele e só vem comigo na carteira, ainda que desligado, porque sei que se precisar de uma urgência, ainda estou em controlo. Sim, para mim é tudo uma questão de controlo.
Do outro ponto de vista, fazê-lo é permitir que os outros tenham semelhante controlo sobre mim que sinto-me melhor refugiada, no silêncio, no meu canto. Não são gestões emocionais fáceis de se fazerem mas até são práticas. Quem eu preciso está por perto, os meus amigos estão por perto e não preciso de um telemóvel para falar com eles. É tudo o que necessito, agora, dos meus amigos por perto.
No fundo, já estava farta de falar com um aparelho. Preciso de gente de carne e osso.

Comentários

  1. Às vezes faço o mesmo, mas isolo-me de tudo e todos. Vou passear à praia ou à lagoa azul só para estar sozinha com os meus pensamentos. Outras vezes vou para o meio da confusão, um centro comercial ou uma rua movimentada, e vejo as pessoas correr de um lado para o outro enquanto leio ou escrevo. Às vezes ouvirmo-nos ajuda.

    Continuação de boas melhoras a aproveita os amigos de carne e osso :)

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    1. Infelizmente não posso isolar-me totalmente porque tenho de trabalhar mas sabia-me bem por umas horinhas.
      Consegues encontrar-te no meio da confusão? Ou fazes porque observar a vida te faz bem?
      Ouvirmos-nos é o melhor que podemos fazer. Evitamos a todo o custo faze-lo, há coisas que não queremos ouvir ou enfrentar mas é o caminho mais rápido para sarar.

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    2. Dantes adormecia lindamente num comboio cheio de gente a conversar. Para estudar adora ir para o Colombo na hora de almoço, quando havia muito barulho. Adoro a confusão. O barulho de fundo acalma-me! Era pior se estiver a estudar em casa, porque estava sempre à espera que me chamassem para ajudar ou então ficava sonolenta. Quando não tenho nada que fazer gosto de ver as pessoas passar e regozijar-me com o facto de poder estar ali, no momento, calma, a ler um livro ou a beber um café. Basicamente é ser-se mázinha, ver os outros a passar, faz-me pensar que também eu sou assim no dia a dia, em que tenho de trabalhar e fazer tudo a correr, e isso faz-me apreciar mais o facto de naquele momento ter a possibilidade de simplesmente ler um livro ou tomar um café sem preocupações.
      Mas atenção, também adoro ir à praia ou à serra em silêncio. Acho que tiro prazer de ambos os extremos ;)

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    3. Percebo-te, acabas por transformar o barulho de fundo como algo que distraí a tua mente daquele pequena voz que às vezes chateia quando estamos no silêncio a querer concentração. Também já adormeci em transportes públicos e em casa a ouvir música num volume normal. É o que nos embala.
      É uma boa filosofia de vida, observar a vida, as pessoas e sentir que também tens direito a um momento de descontracção. Mas...não te sentes sozinha quando o fazes? Ou raramente o fazes? Eu quando o faço, tem alturas que dou por mim a pensar que triste sou por estar ali sozinha... são pancadas.

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    4. Qual triste!? És mais feliz que a maioria porque o consegues ser sozinha, sem depender de ninguém. Eu consigo ser feliz estando apenas comigo mesma, sem ruído de fundo. Gosto de ir passear com amigas e sei que fazem falta, mas no dia a dia preciso de estar sozinha (daí a maior parte das vezes ir almoçar sozinha). Eu sinto-me mais feliz sozinha a ler um livro e ver a vida passar do que a correr atarefada para o trabalho. E se só tiver a hora de almoço aproveito-a ao máximo para estar com os meus pensamentos e leituras ;)

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    5. E é assim que faz sentido. Seremos nossa companhia ate ao fim, temos de aprender a gostar. Muito bom teu pensamento, noto que ha em ti uma força muito grande.

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  2. Sílvia, fiz isso recentemente e é algo muito bom e libertador...espero que aproveite bem o seu dia "mobile-off".
    Abs!

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    1. Acabo por não reparar muito na diferença pois não sou muito agarrada ao telemóvel. Já fui mais, sempre em troca de sms. Mas sim, é libertador. Acho que dá a ilusão de estarmos na nossa 'gruta', que fechamos uma porta. :)
      Obrigada. Abs.

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