Respeitar o outro

Tem coisas que não posso aceitar. Entre várias dessas coisas estão as formas de tratamento entre as pessoas, ou seja, tratarmos todas de igual modo quando elas assumem papeis diferentes na nossa vida.

Não podemos catalogar todos como iguais. Mãe é mãe e por isso tem um tratamento, pai é pai e por isso tem outro, amigo(a) tem outro, namorado(a) tem outro e assim por adiante. Se não fizermos distinção corremos o risco de magoar os sentimentos das outras pessoas que desejam ver o seu papel ser destacado dos demais. Nem podemos ter as mesmas formas de tratamento para uns e outros pois se são pessoas diferentes com "importâncias" ou "relevâncias" diferentes na nossa vida, se significam para nós coisas diferentes, então porque não fazê-las sentir isso mesmo? Porque não dar a César o que é de César? Se eu esforço-me e até consigo ser uma amiga especial, porque não ser reconhecida como tal e ver e ouvir que sou tratada com especialidade e não igual a todas as outras que se calhar apenas respiram e nada fazem para merecer consideração?

Quem o faz é porque não se importa de não ser distinguido dos demais. É porque não se importa de ver outras pessoas receberem o mesmo trato que recebem, as mesmas palavras de carinho, os mesmos nomes, os mesmos gestos, é porque não lhe faz a mínima diferença não ser distinguido e tratado de forma especial...para mim não pode acontecer, não pode!!

Confesso que há um termo que detesto que utilizem comigo. Quando me chamam "amiga" já reviro os olhos e passo a explicar porquê. "Oh amiga, isto e aquilo, blá blá!" E pior, quando diminuem o termo e tratam-me por "miga"!!! Não posso! Meus olhos não só reviram como ficam lá atrás!!! Nem quero ver mais nada! Eu sei que não é por mal e até o aceitava bem, vindo de quem vem (sim, porque tudo o que escrevo é sustentado em exemplos reais). Mas não é só a mim que trata por amiga, é um termo que usa para todas as amigas e pseudo-amigas, pessoas próximas e conhecidas. Em vez de dizer olá Sílvia é olá amiga, mas a Isabel, a Constança, a Leopoldina e outras mais são tratadas da mesma forma pelo que, o termo amiga, já não significa amiga, mas é tão igual a uma expressão vulgar como olá carapau ou outra coisa qualquer.

Eu não trato as pessoas todas de igual forma. Cada uma, conforme sua aproximação e importância na minha vida, recebe um tratamento específico. É fundamental para mim receber o mesmo!

E mais, ignorar alguém que supostamente é especial é coisa que nunca, mas nunca e repito, NUNCA, deverá acontecer. Se as pessoas dão-se ao trabalho de perder uns minutos a dar atenção mesmo com coisas banais e estúpidas é porque desejam ter um feedback. O equilíbrio entre dar e receber tem de ser respeitado. Pior que isso, é vermos essa atenção, por mínima que seja, voltada para outras pessoas por muito menos do que aquilo que oferecemos. Continuo a insistir, que se as pessoas têm uma determinada importância na nossa vida, temos de fazê-las sentir isso e retribuir sempre que possível, sempre que nos é dado alguma coisa senão perde-se, não só o que se ofereceu mas a vontade de continuar a fazê-lo!

É fundamental fazer um esforço para darmos aos outros o que desejamos para nós. Se queremos ser acarinhados, amados e respeitados, temos de fazê-lo também. Se queremos sentir-nos especiais para alguém, temos de tratar esse alguém de forma especial e não ignorá-lo, senão corremos o risco de, na volta, recebermos ignorância também. E aí, peço desculpa, não tenho pena!

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