Agradecer

Ontem, antes de adormecer, dei por mim a fazer algo que já não fazia há algum tempo: agradecer. Havia prometido a mim mesma fazê-lo diariamente, mesmo que o dia não tivesse sido o melhor mas tenho falhado, ou por cansaço ou por desanimo, ou por esquecimento mesmo! Mas ontem deitei-me na cama com uma boa sensação, uma paz de espírito reconfortante e agradeci. Ao agradecer percebi que, na verdade, só tenho mesmo que agradecer e não reclamar. A minha vida poderá não ser aquela que ambicionei um dia, alguns sonhos poderão ter desaparecido e outros ficado suspensos, mas na maioria das coisas tudo corre bem, de forma descansada. Desilusões e tristezas vão havendo mas a vida é mesmo assim. Gostava de ver uma ou outra coisa satisfeita, um plano conseguido, um objectivo alcançado mas apercebi-me que mais do que isso vou tendo muitas coisas. Ao enumera-las no meu agradecimento tomei consciência que não posso mesmo reclamar mas sim agarrar-me ao que tenho e erguer-me, ganhar força e tentar chegar onde pretendo: ser feliz. E a felicidade é um termo que abarca muita coisa. 
Agradecer é um modo de tomar consciência de mim mesma e da minha vida e deixar de parte assuntos que não me levam a lado nenhum a não ser à frustração. Isso não quero mais para mim. Mais do que tudo, tenho que ser leal a mim mesma, ao que sinto, ao que quero e desejo para mim, mesmo que algumas dessas coisas tenham que ser atingidas por caminhos diferentes daqueles que pensei. Mas a aventura começa aí mesmo, quando somos levados por caminhos desconhecidos, quando as coisas não surgem de mão beijada mas temos de lutar por elas até mesmo para conhecer as nossas forças e a vontade com que desejamos as coisas. Da mesma forma, ficamos a conhecer no que realmente vale a pena. E de uma coisa tenho certeza, eu valho a pena e por isso agradeço.

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