Ainda na descida

Talvez por isso hoje sinta que não é um dia dos mais felizes (se bem que já nem recordo muito bem o que felicidade é), que algo pesado está no ar que respiro, que me envolve e pareço afundar-me um pouco mais.
A solidão ataca sempre quando menos esperamos, o receio, o medo, a tristeza, a certeza de que estamos a fazer tudo errado senão não estaríamos a sentir-nos assim. Mas depois vem a outra voz, a mais calma, que me diz que estou a ser injusta e demasiado amargurada, que devia agradecer por tudo o que tenho e desvalorizar o que me incomoda de modo a aproveitar-me melhor. Mas não é fácil.
Nem mesmo de noite consigo desligar a máquina para puder sonhar de novo, com algo bom, que me faça acordar mais alegre e bem-disposta. Minha mente continua a pregar-me partidas e passo o tempo à procura, a correr atrás, a sentir o sufoco de não ver, não ter e não sentir. Acabou e gostava muito de ter um coração novo, sarado para seguir em frente e parar de me refugiar em coisas supérfluas que só me trazem conforto por uns momentos e depois volta tudo ao mesmo.
Onde tenho que mudar para voltar a sentir-se a pessoa que era, alegre, sonhadora e capaz? Em que botão carrego?

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