O que muda na relação?

O que faz uma relação passar da paixão ao desprezo?

Demasiado extremista? Não sou. Acontece e com demasiada frequência.

Já dei por mim a pensar nisso várias vezes. As pessoas apaixonam-se, vivem momentos maravilhosos de cumplicidade e alegria. Só querem estar um com o outro e nada dá-lhes mais prazer. Olham nos olhos um do outro e sentem uma felicidade imensa como se não houvesse sítio melhor no mundo para estar, melhor companhia e momento melhor para viver. O que acontece para atingir o patamar em que depois nem sequer conseguem pensar na ideia de partilharem o mesmo ar, não quererem mais olhar-se, proferirem palavras que mágoam como punhais e deixam marcas, algumas eternas? O que acontece nos entretantos da relação para a paixão passar a desprezo?

Não sou inocente e sei que toda a paixão do início não dura para sempre e que, com a convivência, com a rotina, vamo-nos habituando à presença da pessoa na nossa vida e a novidade deixa de o ser. É normal, não condeno por isso. Só não entendo o que se passa no nosso interior para deixarmos uma relação desgastar-se ao ponto de desejarmos estar em todo e qualquer outro lado menos ali, ao lado do outro que um dia foi quem mais desejamos.

Será possível construir uma relação como antigamente, onde as pessoas fazem mesmo questão de amar-se durante uma vida, apoiarem-se, caminharem juntos por entre as alegrias e as tristezas, ultrapassarem os obstáculos juntos e não afastarem-se ao primeiro que aparece? Será possível, nos dias de hoje, pensar em envelhecer ao lado de alguém? Ou já está todo o mundo mentalizado que se não der não der e paciência, muda-se para outra?

Será que ainda existe alguém que acredita no amor eterno?

Comentários

  1. Eu acredito, para acreditar no amor tenho que acreditar que é possível ser eterno! Acho mesmo que só assim é que funciona. Gosto de pensar no meu Paulinho do meu lado pela vida fora e quando passo realmente a acreditar e a sentir isso é que invisto a sério numa relação! É o caso :)
    Por muito que possa ter corrido mal no passado, gosto de acreditar que não somos todos iguais, as oportunidades e mesmo nós próprios, já não somos os mesmos, logo as relações serão diferentes...e melhores!

    Mas compreendo bem o que queres dizer, também é algo que nunca percebi muito bem, mas que acontece frequentemente sem sequer darmos por ela! Quanto a mim, é porque já não tem mesmo que ser...

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  2. Acredito. O pior é que muitas vezes pareço estar a falar para as paredes no que a isso se refere. Sucedeu-me o mesmo, muito muito recentemente e, como dizes, da dor imensa que significava cada despedida ao ponto de nem uma mensagem se mandar vai muitas vezes um pequeno passo. Para onde vão os sentimentos - que nem sequer ponho em causa terem existido - para uma situação em que mesmo a amizade ser posta em causa, sem qualquer motivo ou discussão aparente? No entanto, continuo a acreditar, porque a vida para mim só tem significado tendo fé nos sentimentos, no amor.

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  3. Eu acredito, mesmo que sejamos quase únicos a acreditar.
    A nossa dificuldade está em identificar essas pessoas que acreditam. Ou melhor, diferenciar as que dizem que dizem amam, das que realmente nos amam, ou que amam os nossos bens materiais/posição social (ou outros interesses), ou ainda das que sabem o que querem na vida, ou que querem ter uma vida a dois (mesmo que depois demonstrem que querem ser libertinos, ou seja, um só).
    Muitas vezes me questiono se "serei normal" neste mundo...

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  4. cof cof cof

    SILÊNCIO QUE SE VAI CANTAR O FADO, DESSA MESMA FORMA OU COM AS VOGAIS TROCADAS.

    Corro o risco de nesta minha primeira intervenção no teu blog, extrair de mim mesmo um comentário excessivamente longo, mas de tamanho suficiente para satisfazer as tuas dúvidas. Portanto, não me vou poupar a palavras, pois satisfazer sempre foi um verbo que me satisfez.
    Na verdade, numa relação, seja de que tipo for, inicialmente há uma tendência para ocultarmos o pior de nós ao outro, dando enfase, por vezes exagerada aos nossos aspectos poditivos. Isso faz parte do processo de sedução, do "fazer a corte". Depois, à medida que o tempo corre, e com a maior ou menor capacidade que cada um tem de se mascarar, os defeitos vão surgindo, e esses podem ser ou não toleráveis.
    Verdade seja dita, aqui o Charmoso gosta sempre que as pessoas conheçam primeiro o seu pior: afinal quem gostar de mim no meu pior, vai-me amar no meu melhor. Faz-me perder algumas oportunidades, mas parece-me o mais justo para as duas partes.

    Esclarecida, Sílvia Maria????

    Beijos com charme
    Charmoso

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  5. Elisabete: Acho que fazes muito bem, é uma optima forma de viver uma relação. Mas "ja não tem que ser" não será uma forma de nos confortarmos por algo que falhou?

    Miguel: Como as coisas mudam não é mesmo? Mas também não acredito na amizade depois da relação, já acreditei, agora não. Mas acredito como tu que tudo é mais interessante quando acreditamos no amor. Pelo menos tem mais piada assim!

    Pedro: pois, muitas vezes achamos que encontramos alguém que pensa como nós e acabamos desiludidos!
    És normal sim, não te preocupes! :)

    Charmoso: sim, o que dizes tem sentido. Também não gosto nada de máscaras. As pessoas têm que ser elas mesmas em todos os momentos, desde o início, para que saibam que o/a outro/a gosta pelo que é e não por uma personagem criada que mais cedo ou mais tarde irá desaparecer!

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  6. Acredito que o amor tem a capacidade de se adaptar, de se transformar, de se moldar. Só assim poderá ser eterno.

    ;)

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  7. Não posso deixar de concordar com o gajo qualquer.

    Espero até que seja mesmo verdade, a bem da minha sanidade mental :)

    Gostei do blog!

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  8. Um gajo qualquer: também acredito que sim e só assim para mim faz sentido. Mas estou em crer que muitos não estão dispostos a moldar-se ou adaptar-se e daí termos demasiadas relações falhadas. Infelizmente para quem acredita no amor!

    Black Sheep: sim, também concordo, plenamente. E é verdade, podes descansar tua sanidade mental! :) Existe muito boa gente a acreditar e a apostar numa boa relação! Obrigada, e bem-vindo! :)

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