Aceitar o fim

Resistir à mudança é uma atitude bastante comum nos seres humanos. Tendemos a querer permanecer numa zona de conforto, onde só experimentamos o que é conhecido, embora não necessariamente bom.

Aceitar que tudo na existência tem um tempo de duração, - não apenas a nossa vida -, é uma lição que precisamos aplicar, a cada minuto da jornada no planeta, se quisermos deixar de sofrer.

A metáfora da morte repete-se em inúmeras situações de nosso quotidiano, no emprego que já não nos faz felizes, no relacionamento que já não preenche a nossa necessidade de afecto, e muitas outras circunstâncias.

Entretanto, seguimos recusando-nos a deixar ir o que já não nos serve, numa teimosia que tem as suas raízes no medo do desconhecido. Por que insistimos tanto em olhar para os novos desafios como uma ameaça?

Talvez porque não nos consideremos capazes de dar conta do recado e vemos em cada situação inesperada uma armadilha que nos levará para o abismo.

Entregar-se confiantemente aos acontecimentos que fogem ao nosso controle, a respeito dos quais nada podemos fazer, é a maneira mais sábia de fluir com a corrente da vida, que sempre nos leva para a evolução e o crescimento interior, por mais que duvidemos disto.

Sem confiança a aceitação é apenas um discurso vazio, que não encontra eco no nosso coração, mas apenas repete conceitos assimilados pela mente que não se sustentam por muito tempo.

Enquanto nos mantivermos resistentes a toda forma de renovação em nossa vida, seguiremos como robôts, apenas repetindo velhos programas que já não se harmonizam com nosso presente, movidos pelo medo de deixar vir uma nova experiência.

Elisabeth Calvacante

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