Um abraço neste ponto de encontro...

Sexta-feira que passou tive um jantar de amigos da faculdade. Passados 5 anos, minha turma decidiu reunir-se numa jantarada para matar saudades. Durante esse tempo que passou não tive qualquer contacto e confesso que estive muito renitente em ir ao convivio, não por manias ou por me achar melhor que os outros, nada disso, estava com receio de encarar alguns assuntos pendentes e não tinha a mínima vontade de ser confrontada com eles. Eu sei que neste tipo de reuniões o que a malta gosta é de fazer muitas perguntas, saber como estamos, como nos demos na vida, se o vento soprou a nosso favor ou se somos uns desgraçados, se já casamos, se já tivemos filhos, se estamos a pensar em te-los, se....aaaaahhhhh!!!
À última da hora decidi ir, deixei de lado todas essas questões e sai de casa num espírito de paz, de reaver a malta e recordar as maluqueiras. O combinado foi num restaurante perto da faculdade. Sim, seria o local mais adequado para matar as saudades.
À medida que fui chegando fui encontrando alguns colegas pelo caminho do restaurante e logo percebi que teria sido burra se não tivesse ido. As caras sorridentes (e claro os típicos olhares de alto a abaixo para ver se estamos mais gordas ou mais magras ou se a roupa é de griffe ou da Bershka....) fizeram-me entender que a maioria teria pensado as mesmas coisas que eu, no entanto, talvez eu tivesse dado mais importância a isso do que deveria.
A certa altura um colega comentou, já bastante tocado pelo alcool verdade seja dita, que parecia não ter passado tempo nenhum desde o último ano da faculdade, que tinha a sensação que seria perfeitamente normal alguém dizer "vamos para a aula". Percebi perfeitamente o que ele queria dizer com isso. Na verdade, olhar para todos eles, notando claro algumas diferenças do tempo passado, era como se nunca tivessemos estado tanto tempo sem nos vermos. Era um à vontade, um estado de espírito de cumplicidade e alegria que não foi apagado pelo tempo. Óbvio que as perguntas de inquisição lá foram colocadas mas satisfeitas as curiosidades lá tivemos uma noite divertida, de um tipo de borga académica bastante mais contida e amadurecida que valeu a pena. Percebi que algumas questões puderam ser postas de parte e permiti-me sentir a saudade que tinha de estar com eles, de ouvir as vozes e os risos.
A amizade é assim, algo intemporal. É provavel que o silencio entre nós continue a residir e que só nos voltemos a ver quando alguém daqui a 5 anos se lembrar novamente mas foi bom ter a percepção de que por vezes erramos ao pensar que amigos são aqueles que convivemos diariamente e o afastamento quebra amizades mas que não há nada de mais errado. O tempo e a distância só interferem se permitirmos que aconteça.

Comentários

  1. De vez em quando passo por esse crivo. Em princípio penso como você, mas depois de esquentada a reunião é só risadas. Lembranças de situações comicas e outras coisas mais. Daí marcamos mil encontros que fatalmente não acontecerão e no próximo ano nos reunimos de novo. É ótimo, né Sílvia? Beijinhos escolares. Manoel Eduardo - Brasil.

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  2. Blog do Óbvio: é muito bom, sem dúvida Manoel. Que as amizades perdurem no tempo e os laços se mantenham. Nada melhor que sermos amados.
    Beijos

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