Em modo numb

Nestes dias tenho sentido o meu nível de motivação diminuir a par do meu nível de atenção. Sinto-me cansada.
Estou naquela fase em que tudo parece-me um pouco distante, que não me sinto com grande vontade de muito fazer para  mexer-me, para mudar alguma coisa. Creio que isto é o reflexo de sentir-me desiludida com a vida em geral, com o trabalho, com as pessoas, e grande parte comigo mesma. Estou naquela fase em que muitas questões colocam-se mas não tenho grande interesse em saber as respostas, talvez porque no fundo já as sei, já as adivinho e não apetece-me pensar no assunto. Não estou triste, não é esse o sentimento que vivencio. É uma sensação de vazio, de adormecimento interno. Precisava de afastar-me um pouco para dar à minha cabeça novas imagens, novos acontecimentos, novos lugares e pessoas e sair um pouco deste círculo interminável em que encontro-me.
Leio tantos textos de pessoas a viverem longe, que experimentam novas formas de vida, de convívio e sensações e sinto que isso faria-me bem. Tem alturas que desejo mesmo distanciar-me por um pouco que fosse e permitir-me durante uns tempos ver outras paragens, experimentar outros sabores, outros cheiros, sentir o que este lugar já não me permite sentir pelo cansaço. Gostava de, por uns instantes, sentir vontade de regressar e perder esta vontade imensa de pegar em algumas coisas e correr mundo fora. Indiscutivelmente só haveria uma companhia, aquela pessoa que consegue transmitir-me a paz que preciso, o equilibrio necessário, que consegue fazer-me vibrar e que alimenta esta minha vontade de voar.
O resto seria um mundo a abraçar-me e a fazer-me sentir viva, parte de algo maior, mais bonito sem estas más vibrações que vão acumulando dentro de mim, sem as pessoas que fazem a vida parecer cinzenta, rodeada de tudo que de bom existe e que eu sei que existe em mim e para mim. Não sei o que me impede de mexer-me quando há tanta coisa boa ainda para experimentar. Não sei como acordar o monstrinho dentro de mim...

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