O que a alma anseia
Minha alma pede-me para ir, libertar-me das amarras e ir, com ou sem destino mas ir. Sem tempo, sem pressa, sem nada para procurar a não ser a mim.
Tantas vezes vivo este desejo sem saber como fazê-lo, imaginando-me vezes sem fim simplesmente a ir, sem medos, sem mil reflexões de prós e contras.
Não há sítio específico que gostasse de ir, apenas ir por sentir-me a sufocar, por olhar à volta e ver o mesmo há 30 anos, e a cada dia que passa ver a paisagem pintar-se de cinzento, sem graça, sem cor, sem brilho, apenas um cenário que para uma alma tristonha torna-se a zona de conforto feita de areias movediças que prendem-me e matam-me aos poucos, apagam a minha essência.
O sorriso mantém-se assim como um vislumbre de esperança que algo em mim brote, desperte, volte a limpar o meu olhar e a ver tudo com as cores da vida. Talvez por isso minha alma julgue puder encontra-lo longe de onde estou, de onde sempre estive.
Olho o mundo de uma ponta à outra, imagens, reportagens, relatos de experiências vividas por outros na espera de que algo faça sentido, um ponto chame por mim e sinta que deva ir. Que ridículo mas tão verdade.
No entanto sei que voar não é a solução. O que minha alma procura não é um sítio especifico para ir mas um sítio onde sinta-se bem-vinda e desejada, onde encontre paz interior, amor infinito e a certeza de não correr o risco de afundar-se nas areias.
Continua a ser ridículo mas também continua a ser verdade.
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