Anjo bom, anjo mau

Muitas vezes e em diversas circunstâncias tenho duas vozinhas internas que disputam a minha atenção. Para minha infelicidade a mais covarde é ligeiramente mais histérica mas sei bem que sou eu que alimento esse histerismo todo.
Quase que diariamente dou por mim a pedir para que se cale, a outra tem algo bem mais interessante para falar, algo mais criativo, mais emocionante e com certeza com mais frutos a dar. Falo sozinha, é verdade, imensas vezes. Reclamo com a mente desassossegada que teima em tirar-me do sério. Já nem me importa que os vizinhos estranhem, tem alturas que perco as estribeiras. Estou a por um basta e a reduzir o volume da voz que não me ajuda, que impede -me de seguir em frente, de escutar as ideias que a outra tem para partilhar e que, com certeza, me ajudarão a traçar o plano que quero traçar.
Por muitas vezes repeti, até em alto e em bom som, que minha mente era a minha pior inimiga, e senti-o durante muito tempo mas agora estou a afirmar que quero-a minha aliada. Estamos juntas neste processo, nesta jornada, e para ambos estarmos bem temos de trabalhar em conjunto, em sintonia. Só assim seremos capazes de atingir o nosso propósito: evoluir.


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