Encarecidamente...

...pára de dizer que estás com saudades.
Eu percebo bem à primeira, e se à primeira nada fiz para mudar isso, não será na milionésima vez que o irei fazer.
Há uma razão para a vida ser feita de ciclos, para que umas coisas comecem e outras terminem.
Custa, eu sei, talvez agora não te recordes tão bem de que foi uma escolha tua, e na altura estavas completamente a marimbar-te para as minhas saudades por isso não faças de mim uma besta, a má da fita que impede um grande amor de acontecer. 
O que havia para acontecer já aconteceu. De bom e de mau, aconteceu. Agora a vida está diferente, estamos os dois diferentes, mais crescidinhos, compreendemos as coisas de outra forma, entendemos o que nos uniu mas também o que nos separou, ou melhor, entendias e agora entendes menos, a porcaria da saudade está a deturpar-te a memória.
Não gostas quando te relembro de tudo o que me disseste na altura do adeus, pedes para não te relembrar desse triste episódio, dessa infelicidade que foi a tua decisão mas entende tu que são palavras que agora fazem parte de mim, frases que magoaram e quebraram o que de bom havia em mim para ti. Agora são elas que 'saltitam' na mente cada vez que falas em regressar e são elas que tas devolvo não por maldade mas porque eram a razão da tua segurança para a opção tomada e é nelas que também te deves agarrar para compreender porque estamos melhor assim.
Acredita em mim, eu sei os teus motivos, aceito-os e desculpo-os a todos. Agora abraça a vida que escolheste para ti que estou a fazer o mesmo. 
Há dias melhores, há dias piores mas se há coisa que aprendi (repetidas vezes, infelizmente) é que o tempo cura tudo e isto também curará. Por isso não lamentes o que escolheste para ti, não mo digas vezes sem conta, não me relembres tudo o que de bom havia porque isso eu sabia naquela noite, disse-to várias vezes e não quiseste escutar. Agora aceita, de uma vez por todas, que todo o sentimento sente na pele as pancadas, aguenta enquanto pode, agarra-se a esperanças vãs, chora, grita, esperneia mas acaba por morrer, de fome, de sede, de falta de carinho.
Depois da tempestade tudo acalma, o sol espreita e bate no rosto de novo, sentimos-nos a melhorar, a sarar, a sorrir e é isso que te espera, que nos espera, aos dois, tu aí e eu aqui.
Encarecidamente, aceita a tua escolha. 

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