Movimento
Quando tudo está mal, concentra-te em ti. Quando tudo à tua volta
está a ruir, pensa que o movimento do Universo quando quer que tu
entres dentro de ti próprio, faz ruir tudo à sua volta. É um movimento
perpétuo. Tu sais da tua energia para ir buscar segurança nos outros.
Tudo o que é fora de nós é mais fácil. Tudo o que é fora de nós é mais
confortável. É seguro.
Entrar dentro de ti próprio é que é difícil. Aí dentro estão tristezas,
mágoas, ressentimentos e admoestações. Aí dentro está escuro. Aí
dentro está frio. Por isso, é compreensível que fujas de aí de dentro a
sete pés. E te agarres aos outros. E ao te apegares aos outros, estás
a provocar o Universo para agir.
O Universo não pode permitir que te mantenhas fora de ti. Portanto,
vai ter de te retirar a segurança que encontravas no teu
relacionamento com os outros. E como é que o Universo te retira
essa segurança? Simples. Quebra a tua ilusão de que esses
relacionamentos fossem altamente satisfatórios. E como é que o
Universo quebra a tua ilusão? Desiludindo-te.
De repente, sem porquê, as pessoas nas quais tu depositavas tanta
confiança, zangam-se contigo, fazem asneiras, não te dão a atenção
devida, ficam doentes, morrem. Todo este movimento de perder os
outros – ou melhor, a ilusão de relação idílica que tens com os outros
– tem um único e singelo propósito.
Fazer-te olhar para ti. Sentir a tua própria energia.
Faz-te ver-te. Faz-
te criar alguém que gostarias de ser. Que te orgulhas de ser. Todo
este movimento coloca-te indubitavelmente na tua própria dimensão
emocional. Faz-te sentir.
Alexandra Solnado
Comentários
Enviar um comentário