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Ontem, pela milionésima vez na minha vida, vi o filme O Segredo. Gosto de o ver de vez enquando quando sinto que estou a desaprender algumas coisas ou quando preciso de ir buscar forças a algum lado e sei que é possível busca-las dentro de mim. Não tive a mesma paciência que das outras vezes, acabei mesmo por vê-lo um pouco que obrigada mas precisava de o ver até ao fim ou pelo menos quase. É assim que me sinto, no limite das minhas forças em que para esboçar um mísero sorriso tenho noção da quantidade absurda de músculos que vou necessitar e por isso não o faço e o meu olhar não esconde nem o brilho das rasas lágrimas que se formam, nem a tristeza que nele habita há já alguns dias. Estou triste, cansada e sem forças.
Vi o filme e percebi nele que quanto mais nos focamos no mau estar que sentimos mais ele continua presente, mais o alimentamos e que escrever repetidas vezes sobre o que estamos a sentir de mau só vai atrair mais sentimentos desses. Por isso estava relutante em escrever estas palavras mas se eu não as digo elas sufocam-me, matam-me, enlouquecem-me! É assim que me sinto, a sufocar, como se tivesse a cada dia a diminuir de tamanho e o mundo tornou-se um sítio gigantesco onde me sinto perdida, sozinha e em pânico.
O meu lado racional luta contra estes sentimentos e tem tido uma capacidade absurda de superação. Não tem sido fácil, não escondo, não tem sido nada fácil e como qualquer animal assustado olho ao meu redor à procura da minha tábua de salvação mesmo sabendo que ela reside em mim, e não vejo nada que possa tirar-me deste sufoco, desta tristeza, deste abismo. Quantas vezes dou por mim a sussurrar por "ajuda-me". Nem sei a quem apelo mas apelo. Tens dias em que acho que vou ficar maluca e vejo-me daqui a uns tempos enclausurada num manicómio qualquer; tem outros dias em que minha pena é tanta que sinto-me triste porque acordei e não queria ter acordado mas mais uma vez o meu lado racional luta pela sobrevivência e não me deixa desistir dessa forma. Mas que seria um alívio isso seria.
Estou sempre à espera que deixe de doer mas não pára. Estou sempre à espera que as respostas para as minhas perguntas surja, mas não vem. Estou sempre à espera que tudo faça sentido, mas não faz. E todos os dias o sentimento é igual, mesmo que em alguns pareça mais fraco, menos intenso e mais suportável, todos os dias ele está cá latente no meu peito, a apertar-me as entranhas, a socar-me o estômago, a queimar-me por dentro. 
E vomitar estas palavras pelo menos faz-me sentir menos indisposta...

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