Em que dia Deus me esqueceu?

Eu tento, acreditem ou não, eu tento, diariamente e numa luta sem igual, acreditar que a chuva não veio para ficar, que o sufoco que sinto mesmo nos dias de sol um dia terminará, que o céu estrelado à noite também brilha para mim.
Não preciso de fazer um enorme esforço para conseguir acreditar em mim, para lembrar-me de tudo o que me impulsionou até hoje, dos meus sonhos de menina, da lembrança das noites de verão, meu refugio mental que tantas vezes utilizo para sentir aquele conforto no peito.
Sou eu, a Sílvia de sempre, a menina de sempre, com mais idade, mais sabedoria, menos tempo e paciência, maior angústia. Desiludida com o presente, que eu construí, que supostamente eu imaginei no passado. Doí pensar que foi isto que construí para mim, não era isto, nem de perto, nem de longe. Não era isto e só eu posso mudar. Não sei é como.
Continuo a afirmar que existe por aí a minha vida paralela, linda como eu sonho, sim essa eu sonho, não isto. Com certeza não isto.
Onde eu apanhei o bus errado? Onde cruzei-me com quem não devia? Quando eu errei tanto? quem foi a bruxa?
E o que custa mais é pensar que tudo isto pode ser mudado com apenas uma coisinha de nada, que não tem nada de especial na vida dos outros mas que na minha faria a diferença entre continuar a viver esta desilusão ou salvar a pessoa que guardo dentro de mim e que merece o melhor, sem modéstia, merece o melhor. Uma mudança ligeira e tudo voltaria ao normal.
Quando é que tu me esqueceste Deus? Em que dia isso aconteceu e porque estava eu distraída demais para não reparar que foste embora da minha vida?

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